ECONOMIA POLÍTICA E POLÍTICA ECONÔMICA

 

A ordem dos fatores não altera o produto, quando se usam simplesmente números. Porém, quando se usam palavras, que tem sentidos distintos, a ordem dos fatores altera o produto, como no caso de usar-se a economia política e política econômica.

A economia política é a comprovação histórica de leis econômicas, sendo as mais importantes: a lei da procura, a lei da oferta e a lei dos mercados. Por seu turno, as leis econômicas têm comprovações empíricas. Assim, a ciência da economia é uma ciência inexata, respaldada na matemática e na estatística, chamada de econometria, além de tomar emprestado de todas as áreas do conhecimento para desenvolver seus postulados, o que não alcança, nas suas equações, acrescenta a condição coeteris paribus (e tudo o mais constante).

A política econômica é o exercício do poder, usando a teoria economia. Pode ser de curto, médio e longo prazo. No longo prazo é o planejamento econômico; no médio prazo são os programas econômicos; no curto prazo são as políticas monetária, cambial e fiscal, conforme preconizavam John Maynard Keynes e Joseph Alois Schumpeter.

Aqui, agora, se verá a política monetária contemporânea, a partir dos anos de 1980. Mais de cinco décadas atrás, o segundo choque do petróleo (1979) reforçou o primeiro choque do petróleo (1973). O mundo sofreu um brutal processo inflacionário e um elevadíssimo grau de endividamento, transferindo recursos vultosos para os Países Produtores e Exportadores de Petróleo (OPEP).

Entretanto, a oferta agregada é uma função da demanda agregada, assim como o produto interno bruto vezes os seus preços é função da quantidade de moeda vezes a sua velocidade de circulação. Assim, o segundo membro são de variáveis independentes. O processo de inflação é monetário, quando os preços sobem e as quantidades de moeda vezes as respectivas velocidades também sobem. Logo, a teoria ortodoxa apregoa que, controlando os meios de circulação e suas taxas de juros, a produção agregada não tem como subir mais, tampouco os seus preços.

O banco central independente nasceu pelo mundo a partir principalmente dos anos de 1980. Porém, no Brasil, como todo processo capitalista é tardio, somente em 2021 foi aprovado a lei de autonomia do Banco Central. Uma vitória. No entanto, o novo governo, que de novo não tem nada, continua querendo o banco central dependente, arremete contra as altas taxas de juros praticadas atualmente, para combater a inflação. Eles esquecem que, na década passada, baixando artificialmente as taxas de juros, eles fizeram explodir o processo inflacionário e colocar a economia em longo e elevado processo inflacionário, trazendo em consequência recessão prolongada.

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