AMEAÇA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL

 

O mercado varejista foi pego de surpresa com o pedido de recuperação judicial da tradicional rede de lojas chamadas de Americanas. Após as suspeitas de fraude no balanço seu, mais recente, observou-se operações de crédito com recebíveis informadas incorretamente. De início foram identificados cerca de R$20 bilhões. Participante de grandes grupos econômicos e muito diversificados, sendo o maior a red internacional AMBEV (INBEV), tendo principais acionistas três dos mais ricos brasileiros, constantes das revistas internacionais sobre riqueza global, as lojas Americanas recorreu à recuperação judicial, já deferida, declarando débitos de R$40 bilhões. O dobro que foi verificado por analistas de balanços.

O comércio varejista ficou balançado. Agora foi a vez da rede nacional Marisa Lojas, com presidente e um membro do conselho de administração tendo renunciado, passando ao mercado informes de que teria de renegociar a dívida com o sistema financeiro de R$600 milhões. Não ingressou anda com recuperação judicial.

No comércio varejista existem informações de dificuldades no pagamento de passivo oneroso, principalmente por dois motivos: a continuada e elevada inflação, que tem reduzido as compras dos consumidores e há elevado e crescente grau de inadimplência. No meio disso tudo, está sendo esperado que a economia brasileira cresça bem pouco neste ano, menos de 1%, além de que o governo não tem nem uma agenda de política econômica, estando reunindo retalhos, existentes no Congresso de uma difícil reforma fiscal. A esperança da equipe econômica é de que seja aprovada citada reforma até o final do ano, para vigorar no ano que vem. Perderá assim 25% do atual mandato republicano.

O fato é que 78% das famílias estão endividadas no País, na passagem de dezembro de 2022 para janeiro deste ano, conforme a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Em janeiro do ano passado, essa mesma taxa estava em 76%.

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