REDUÇÃO DO EMPREGO INDUSTRIAL

 

A redução do emprego do setor industrial se deve ao baixo nível de investimentos, quando não desinvestimentos, devido à baixa, nula ou negativa produtividade da indústria. No Brasil, isto vem ocorrendo desde o último quartel do século XX. Enquanto isto o setor agropecuário tem crescente produtividade, ocupando seu espaço no PIB nacional. O terceiro setor, na clássica divisão de três setores de Colin Clark, serve de extensão dos dois setores referidos e tem baixa produtividade. O fato se comprova nas baixas taxas de incremento médio do PIB desde 2011.

O IBGE divulgou anteontem, que o setor industrial brasileiro, durante dez anos, de 2011 para 2020, último ano em que tem dados coletados do emprego industrial, perdeu um milhão de empregos formais. Estava com 8,7 milhões de postos formais de trabalho em 2011, passando para 7,7 milhões, registrados em 2020. A redução corresponde a 11,5% dos empregos no setor industrial. A análise se tem feito de décadas. A década em tela é a primeira do século XXI.

É bem verdade que houve dois acidentes de percurso na citada década. Primeiro, a recessão de 11 trimestres consecutivos, do segundo trimestre de 2014 ao último trimestre de 2016. Depois, o crescimento médio anual de 1% de 2017, 2018, 2019. Porém, a recessão voltou forte, em razão das medidas de combate à pandemia do covid-19, a partir de 2020, ano que ela atingiu com força a economia brasileira, tendo o PIB se retraído em – 3,9%. Os reflexos da pandemia continuaram por mais de dois anos.

O setor industrial brasileiro vem definhando desde 1985, quando fora por volta de 25% do PIB  e hoje se encontra em torno de 10% do PIB.

Simplificando, o desenvolvimento industrial se defronta com o chamado custo Brasil. Do ponto de vista estrutural, referido custo para promover o investimento industrial precisa de reformas administrativa, fiscal, tributária, burocrática e trabalhista, a partir do governo central.

Em suma, o ambiente de negócios tem de ser mais ágil. Os produtos tem que ser barateado. Há a necessidade de uma melhor logística em todo território nacional, principalmente em vias de transportes, sendo a mais importante, a saída dos produtos brasileiros exportados pelo Oceano Pacífico. Mas, enquanto não se tem a saída, tem-se que fazer-se logo a reforma tributária e os registros legais das demais reformas prometidas.

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