FAVELADOS NO BRASIL



Principal notícia da Folha de São Paulo de ontem tem como título: “Total de favelas dobra no Brasil em dez anos e 20 milhões estão passando fome”. Nestes dez anos, o Brasil cresceu no ano 2010 cerca de 7,5%. Depois começou a reduzir o ritmo de crescimento, até 2014, quando voltou a incorrer em déficit primário depois de 16 anos. Não sem motivo, no segundo trimestre de 2014 o País começou a recessão, que durou 11 trimestre consecutivos, de abril de 2014 a dezembro de 2016. Na verdade, apareceram os desvios do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC I, de 2007 a 2010, PAC II, de 2010 a 2014, PAC III, de 2014 a 2016), quando pipocaram os escândalos de corrupção nas obras púbicas do PAC e foram identificadas as pedaladas fiscais (gastos diferidos para pagamentos em anos seguintes), que a presidente Dilma realizou, seguindo os passos de seu mentor, Lula, transformados em sucessivos déficit primários, que não pararam e parecem que irão até 2023, conforme projeções oficiais. Isto a Folha não se referiu. Mas, enfatizou o problema de explosão das favelas.

O jornalista Fernando Canzian assim se referiu: “Quase 20 milhões de brasileiros, um Chile, declararam passar 24 horas ou mais sem ter o que comer em alguns dias. Mais 24,5 milhões de brasileiros não têm certeza se como se alimentarão no dia a dia e já reduziram quantidade e qualidade do que comem. Outros 74 milhões vivem inseguros sobre se vão acabar passando por isso”.

Prossegue: “No total, mais da metade (55%) dos brasileiros sofriam de algum tipo de insegurança alimentar (grave, moderada ou leve) em dezembro de 2020, segundo levantamento da Rede de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan)”.

“O Inquérito, conduzido por pesquisadores que validaram no País a Escala Brasileira de Segurança Alimentar usada pelo IBGE, procurou dar sequência a levantamentos do órgão estatal, feitos a cada quatro anos, como anexo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF).

“Realizada em 1.662 domicílios urbanos e 518 rurais, a pesquisa trouxe esses números antes do repique inflacionário dos últimos meses, que deve ter agravado o quadro.

“Em setembro, o índice de difusão do IPCA para alimentos, estava em 64%. Em 2019, quando a inflação equivalia a menos da metade da atual, a difusão nos alimentos era pouco superior a 50%, fato que não limitava tanto a opção de substituição de produtos.

“Dados do IBGE mostram que a insegurança alimentar caia no Brasil desde 2004, mas voltou a subir em todas as suas formas a partir de 2014, na esteira da forte recessão de 2015-2016, que encolheu o PIB em 7,2%”.

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