AGOSTO CONHECIDO DESGOSTO
Existem muitos fatos na história que se referem a que agosto é o mês do desgosto. Getúlio Vargas se suicidou em agosto de 1954. Jânio Quadros renunciou em agosto de 1961. Ambos os acontecimentos levaram às maiores crises institucionais. A cada mês deste, em novo ano se pensa que pode vir a ser pior. Neste ano, a bolsa de valores precificou os problemas pelos quais o País passou em agosto. A bolsa de valores brasileira que vinha em ampla recuperação fechou o último dia do mês em – 0,80%, aos 118.781 pontos. Externamente, a variação negativa nos preços das commodities, principalmente no minério de ferro com preços para baixos e, no petróleo, com preços para cima. Internamente, a preocupação do mercado com relação aos riscos político e fiscal. Os riscos políticos estão nas tensões entre os poderes constituídos pela União, além dos grandes empresários terem anunciado manifesto em que pedem a harmonia entre os três poderes. Ademais, anunciadas foram grandes manifestações de rua para o próximo dia 7 de setembro, data da independência, com receios de confrontos entre situação e oposição, além paralisação sem dia para acabar dos caminhoneiros.
Na economia, até 31 de agosto o projeto de lei do orçamento para o ano vindouro tem que ser remetido, Feito e retirados os efeitos da PEC dos Precatórios e a elevação dos valores do Programa Bolsa Família, maiores ameaças de se romper a lei do teto dos gastos e, com ela, o rombo das contas públicas. O déficit previsto ficou em R$49 bilhões. Assim, desde 2014, oito anos se repetem déficit primários e cresce enormemente a dívida pública, turbinada pelo segundo ano da pandemia do covid-19.
Dessa maneira, o índice da bolsa de valores encerrou agosto com queda acumulada de 2,48%. No ano o indicador da bolsa está negativo em mais de 1%, enquanto a bolsa de Nova York tem indicador positivo de 22%.
A inflação se acelera e atinge as previsões do mercado de que encerre o ano em 7,70%.
Permeando tudo acima exposto há ainda a crise hídrica, com temor de racionamento, mais elevação dos preços da energia elétrica e mais ainda pressão inflacionária.
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