ENDIVIDAMENTO BATEU NOVO RECORDE

O desenvolvimento capitalista traz uma ótica perversa: relativamente, os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres. Assim, é de responsabilidade do Estado que intervenha para reduzir ou eliminar referidas diferenças incrementais. Quando a economia não cresce. Está em recessão ou depressão, os ricos sabem melhor se defender do que os pobres. Neste semestre mesmo há estatísticas divulgadas de que aumentou o número de bilionários brasileiros perante a pandemia do novo coronavírus ou de que aumentou a sua riqueza. Há outros mecanismos tal como a inflação, que funciona como um imposto inflacionário, transferindo renda das classes menos abastadas para as mais ricas. Outro é o endividamento. Agora mesmo neste semestre o endividamento bateu recorde, sobretudo entre os mais pobres. John Maynard Keynes, que escreveu o livro chamado de “Teoria Geral” da Economia, faleceu pessimista, dizendo em seu referido texto: “a desigual e injusta distribuição de renda é um dos maiores males em que vivemos”. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou sua pesquisa conjuntural, na qual se revelou que as famílias com dívidas no País bateram o recorde histórico em julho. O cenário é pior para as famílias com renda de até dez salários mínimos. Entre os consultados, elevou-se o número dos que declararam que estão com as contas atrasadas e de que não terão como pagar as dívidas. Na medida em que há sinais de recuperação econômica, mesmo que ainda não se tenha declarado o fim da referida pandemia, o local onde tem mais famílias ricas tem ganho dinheiro se reflete na bolsa de valores. Lá, as ações mais valorizadas são das grandes empresas geradoras de vultosos lucros. No fundo do poço recente da bolsa de valores brasileira, ainda neste ano, a bolsa caiu aos 63 mil pontos, quando no início de 2020 tinha atingindo o seu ápice, próximo de 120 mil pontos. Referido índice da citada bolsa (IBOVESPA) vem há cerca de dois meses numa escalada forte de recuperação e atingiu ontem o seu segundo máximo ponto deste ano, aos 105.600 pontos, estando a 88% do seu ápice, subindo do ponto mínimo (63 mil), para o máximo (120 mil), em torno de 67% em tão pouco tempo. Desnecessário dizer que é lá na bolsa onde se encontram os bilionários brasileiros, representados pelas suas grandes empresas.

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