18/07/2020 - DESPROVIDOS DE ESCOLARIDADE
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD)
apresenta balancetes, que são mensais, aí se trata da PNAD CONTÍNUA, além de
balanços que são anuais, PNAD sigla simples, com o ano em referência. As
estatísticas, então, são mais globais. Nesta semana o IBGE divulgou dados sobre
educação brasileira. O dado mais geral foi o de que o analfabetismo não está se
reduzindo, seguindo a meta do Plano Nacional de Educação (PNE), que gostaria de
ver reduzida a referida taxa, desde 2015, para 6,5% da população total. Na
verdade, ainda não se chegou nela. A PNAD de 2019 revelou que a taxa caiu muito
pouco, relativa aquela de 2018, de 6,8% para 6,6%. Trata-se de cerca de 11
milhões de brasileiros, na condição de desprovidos do mínimo grau de
escolaridade. A pesquisa considera
assim, aqueles cidadãos que não sabem ler nem escrever com idade acima dos 15
anos. Este é o limite definido para que se alcance o analfabeto. A partir de 15
anos se considera muito improvável que adquira o mínimo de escolaridade,
encontrando-os nos piores lugares. Seja na marginalidade social, seja na
marginalidade econômica, seja nas atividades informais mais deprimentes.
A PNE foi uma lei sancionada em 2014. Ela estabelece ações
voltadas a melhorar a educação em dez anos, em um raio de ação que vai do
ensino infantil até a pós-graduação. Considerando a presente epidemia,
estima-se que dificilmente a PNAD de 2020 trará dados que melhore
significativamente referida taxa. Muito menos que aponte para zerá-la até 2024.
A estatística cruciante é a regional. No Nordeste a taxa de
analfabetismo alcançou em 2019, o número de 13,9%. Mais do que o dobro da média
da taxa nacional. Foi o único a apresentar crescimento no citado indicador. No
Norte, 7,6%. No Centro Oeste, 4,9%. N Sul e no Sudeste, 3,3%.
Não foi conhecida a taxa de analfabetismo funcional. Ou seja,
daqueles que assinam o nome e não conseguem ler direito nem escrever. Provavelmente,
está deve ser por volta de quatro vezes mais àquela do analfabetismo. Aliás, o
próprio Ministério da Educação sempre reconheceu que cerca de 60% da população
não tem capacidade de interpretar com fidelidade uma folha escrita de papel. Por
seu turno, a cada biênio a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE) divulga os dados mundiais dos adultos com 15 anos, nos estudos de
literatura, matemática e ciências, estudantes do ensino médio, entre cerca de
70 países e o Brasil se encontra entre os últimos do mundo. O dito por Ibrahim
Sued, colunista social famoso da segunda metade do século passado: “educação,
vergonha nacional”, encontra-se ainda hoje presente, impossibilitando o País de
deixar o grau de “emergente”, para tornar-se um país desenvolvido.
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