EMPRESA EM FOCO - PETROBRAS
Em 1930, a economia brasileira passou de um modelo de uma economia de setor primário e exportador para o modelo de uma economia urbana e industrial. No mundo globalizado as economias historicamente deixam de ser de base rural para ser de base urbana. Quer dizer, o setor agropecuário preponderante cederia para o setor urbano cada vez mais gerador de riqueza. O setor industrial cresceu bastante e o setor de comércio e serviços mais ainda, secularmente.
Em 1930 foram dadas as condições de crescimento urbano e
industrial, mediante políticas monetária, cambial e fiscal favoráveis às indústrias.
Máquinas, motores e equipamentos em geral, na sua maioria, são até hoje
produzidos e alimentados por combustíveis de origem fóssil.
Pelo menos, a partir dos anos de 1930, inicia-se uma luta
para o Brasil produzir combustíveis de origem fóssil. A luta tomou o nome de “o
petróleo é nosso”. O processo foi coroado com a criação da Petróleo Brasileiro
S. A. – Petrobras, uma empresa 100% de capital nacional. A lei do petróleo de
1995 determinou que a Petrobras funcionasse como uma empresa de economia mista.
Ou seja, empresa de capital aberto ao público e acionistas, mas ainda de
controle acionário do Estado Brasileiro. Com suas ações negociadas em bolsas de
valores, tanto a brasileira como a de Nova York. Ela passou a visar basicamente
o lucro. Porém, o Estado sempre procurou manipular os preços, visando
principalmente controlar a inflação. Neste século XXI os preços também foram
determinados pelo governo federal. No entanto, na gestão de Pedro Parente, no
governo de Michel Temer, a política de preços da Petrobras passou a ser do
poder de paridade de compra do petróleo. Isto é, os preços dos combustíveis
passaram a ser cotados em dólares americanos. Então, a empresa passou a ter
lucros extraordinários e a distribuir gordos dividendos. Deixou de subsidiar os
custos da população e a privatizar resultados. Seus funcionários sempre foram
bem pagos. O Conselho de Administração e a Diretoria muito bem remunerados. O
presidente da República alegou recentemente que o presidente da Petrobras ganha
sete vezes mais do que ele.
Em 2014, a operação Lava Jato identificou bilhões de reais
desviados da Petrobras e a empresa amargou prejuízos. Os acionistas de Nova
York acionaram a estatal por lá e a empresa pagou indenizações bilionárias,
pelo governo Temer. Por isso mesmo é que foi criada a atual política de preços
de mercado e nem o presidente da República poderá alterá-la. Isto é, pelos dois
motivos: seria ingerência indevida e poderia ser acionado pelos grandes
acionistas de Nova York.
Anteontem, uma confusão na Petrobras provocou turbulência
política e econômica. Houve a renúncia do seu presidente. Congressistas colhem
assinatura para uma CPI e a diretoria é investigada pelo CADE, suspeitos de
manipular o mercado de ações. A Petrobras é a maior negociadora de títulos na
bolsa de valores brasileira e, quando está em foco, pode provocar bilhões de
ganhos ou bilhões de perdas. Por isso, ela sempre está em foco.
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