TEMOR FISCAL
A PEC dos Precatórios, que já foi aprovada pela Câmara de Deputados e agora se encontra em comissão de análise no Senado, se for modificada terá de retornar à Câmara para mais duas votações. Como o Senado se move lentamente existe a dúvida de que a referida proposta seria aprovada. Mesmo assim, as forças produtivas se mostram receosas em investir mais, devido ao fato de que há o temor fiscal, de que o governo federal rompa a lei do teto de gastos e que cresça o seu grau de endividamento, hoje superior a 82% do PIB e em direção a 100% do PIB. O governo central pretende ampliar o valor do Auxílio Brasil, atualmente, em média de R$217,18, para R$400,00, além de ter-se referido a provável reajuste dos salários dos servidores públicos, em face à uma taxa inflacionária de dois dígitos, já próxima de 11% ao ano, em doze meses seguidos.
O maior reflexo vem se dando na bolsa de valores que já recuou, diariamente, mais de um 1% em três das seguidos. Ontem fechou em 102.948 pontos, o menor valor em um ano, quando em 12 de novembro de 2020 estava em 102.507 pontos. No início do ano a bolsa de valores ultrapassou 120 mil pontos. O forte recuo, em direção de 20% da máxima histórica demonstra que se arrefeceu em muito as perspectivas dos agentes econômicos em continuar investindo.
A inflação vem sendo combatida com a alta de juros e esta também encarece a produção, que transfere o ônus disso para os preços. O processo é vicioso e fazem os agentes econômicos temerem um provável ingresso do País em recessão. O Índice de Atividade do Banco Central já apresenta recuo do PIB em agosto, repetindo-se em setembro podendo o segundo trimestre ser negativo, havendo grandes bancos vendo sinais de recessão no quarto trimestre. Se isto ocorrer, dois trimestres consecutivos negativos, o País ingressaria em recessão técnica.
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