31/12/2019 - SINAL DA BOLSA DE 2019
O local onde se dão as negociações da bolsa de valores no
Brasil se chama de B3, onde não somente se negociam ações, mas títulos de
crédito, no presente e no futuro, leilões para construções de obras e outros
produtos financeiros. Neste ano a bolsa de valores encerrou o seu último pregão
com valorização de 32%, saindo dos 87 mil pontos em 2018 para mais de 115 mil
pontos em 2019, muito embora tenha ainda neste dezembro batido o maior recorde
de 117 mil pontos. Os analistas financeiros de um modo em geral acreditaram que
ela tinha maior fôlego, que poderia ter chegado a 120 mil pontos.
Na análise econômica conjuntural a principal causa disso fora
a redução da taxa básica de juros, a SELIC, de 6,5% para 4,5%, uma queda linear
de 2%, mas a percepção correta é de um decremento percentual de taxas de 31%,
isto bem perto dos 32% de avanço da B3. Ao se reduzirem mais ainda a SELIC, as
aplicações financeiras de renda fixa ficaram menos atrativas e algumas
apresentaram rendimento real negativo. Neste caso, sendo a taxa nominal,
descontada a inflação, tendo a taxa real sua percepção vermelha. Não sem
motivo, o capital estrangeiro especulativo, que aqui estava para ganhar no
diferencial de taxas, saiu em torno de US$30 bilhões, o que elevou o dólar
comercial acima de R$4,00, chegando a R$4,27 em alguns negócios, o que obrigou
o Banco Central a vender dólares, o que não fazia a cerca de dez anos. O dólar fechou
o ano na faixa de R$4,04.
Na análise econômica estrutural a principal causa foi a
realização da reforma da Previdência Social, que vinha sendo tentada há mais de
30 anos, sem êxito. Ou seja, Sarney, Collor, Itamar, Lula, Dilma e Temer não
conseguiram fazê-la. Ela representará uma grande redução do déficit público.
Ademais, os acenos de reforma administrativa e de reforma tributária, além de
reformas microeconômicas são de grande atração aos novos investimentos. Claro,
existe capacidade ociosa que, só na indústria é de 25%, a qual continuará a
contribuir para que a inflação seja baixa, ao redor de 4% ao ano.
A bolsa brasileira seguiu em linha a bolsa dos Estados
Unidos, que também subiu fortemente. Porém, lá os fundamentos econômicos estão
assegurados, com PIB crescendo por volta de 3% e a taxa de desemprego é de
3,5%, a menor desde 1969. A economia brasileira tem-se esperado um crescimento 1,2%
e a inflação por volta de 4% em 2019. Para 2020 a expectativa é de crescimento
por volta de 2,5% e também inflação em torno de 4%.
Os analistas financeiros estão estimando 12% de crescimento
para a bolsa de valores em 2020, alcançando 130 mil pontos. A principal razão é
de que dobrou o número de pequenos investidores, indo para 1,6 milhão de
acionistas. Bem o futuro em bolsa é de muito risco e aplicar nela é ter-se
perfil arrojado.
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