29/12/2019 - CONSENSO SE FORMANDO DE MAIS UMA DÉCADA PERDIDA




Encerram-se mais uma década perdida. Já há consenso prévio de que ela é mais uma, pelas próprias estatísticas oficiais, do IBGE, da FGV e de vários outros institutos. Por seu turno, a literatura a partir do final deste ano começou a afirmar que houve mais uma década perdida na economia brasileira. A referência mais próxima é a década dos anos de 1980. Antes existiram outras, desde a colonização, heranças que perpassaram pelo Império, República Velha, República Golpeada de 1930, República Nova, Ditadura Militar (anos de 1980 referidos) cenários também de décadas perdidas identificadas. Parecia que a Nova República não a repetiria. Porém, os anos atuais, de 2010 a 2019 é mais uma delas. O Brasil vem repetindo a síndrome da qual, deixou de ser pobre, mas não passa de um país de renda média, definido pela ONU, há pelo menos 50 anos, com renda per capita na faixa de US$6 mil a US$16 mil. O País tem menos de US$11 mil de produto per capita, não passou disso em mais de 10 anos. Abaixo de US$6 mil são pobres. Acima de US$16 mil, aspirantes a ricos e ricos, ainda conforme a ONU. O Brasil participa do grupo dos 20 países que compõem mais de 80% do PIB mundial.

Na grande imprensa, a maioria dos artigos é sobre a década perdida. Ontem, aqui foi referido artigo de Rodrigo Zaidan, na Folha de São Paulo, com nome de “Década Perdida”, no qual ele estima que o produto per capita brasileiro deflacionado de 2010 fora de R$31.600,00, passando em 2019, para R$31.800,00, tendo crescido somente 0,7% em uma década. Hoje, outro artigo do mesmo jornal, que está repleto de textos sobre a atual década, do articulista Pedro de Souza, intitulado “Uma década perdida para a desigualdade”, cujo início mostra retrato pior do que o de Rodrigo: “Os anos 2010 foi mais uma década perdida para o Brasil. Graças a uma recessão brutal e uma recuperação anêmica, chegaremos a 2020 com um PIB per capita real menor do que o de dez anos atrás. Não é à toa, muitos se debruçam diariamente sobre indicadores econômicos à procura de sinais de vida”.

Na verdade, enquanto não saírem as estatísticas oficiais do PIB, feitas pelo IBGE, previstas para o final de março de 2020, tudo o mais é especulação. Quando lá chegar se terá uma visão melhor, aproximada da realidade da década, cujos indicadores oficiais divulgados, até agora, por estes anos todos, são ruins e elevaram a desigualdade entre os brasileiros. Provavelmente, a conclusão será de que o País não avançou, e piorou, economicamente, na atual década.

Em conclusão, existe a esperança de que a próxima década seja de crescimento sustentado. Quem sabe não se ingressara em ciclo virtuoso, rompendo o País a barreira daqueles de renda média?

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