06/12/2019 - FUNDO ELEITORAL TURBINADO




Proposta do relator do projeto de orçamento de 2020 incluiu elevação do fundo eleitoral para 2020, da proposta original do governo, de R$2 bilhões para R$3,8 bilhões, alegando que o País tem por volta de 5.570 municípios. O dinheiro vem do corte em despesas com obras da educação e até compra de remédios para os mais pobres. Os líderes dos partidos políticos consideram tal verba como prioridade, devido ao fato de que o Supremo Tribunal Federal cortou verbas de campanha de empresas privadas, para só permitir verbas públicas de campanha. Por seu turno, os dirigentes partidários serão aqueles que irão decidir quem receberá o dinheiro. Não existem regras claras e eles procuram aprofundar o processo de continuidade administrativa. Quer dizer, enquanto o orçamento é apertado, em razão do aperto fiscal, os políticos nadam em dinheiro público, visando suas reeleições.

Os resultados do Teste PISA, prova internacional sobre leitura, matemática e ciências, com estudantes adolescentes de cerca de 15 anos, pelo mundo, pesquisando mais de 70 países, colocou o Brasil nas últimas colocações, em 60º lugar, conforme tem acontecido nos últimos exames, feitos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. O País melhora muito pouco e parece estar centrado nos últimos lugares, por deficiências educacionais, onde deveria haver combate aos desvios de finalidade e melhoria do aperfeiçoamento dos docentes e dos critérios técnicos de avaliação. Ou seja, já que a quantidade de atendidos tem crescido, enquanto a qualidade parece estar estagnada, no nível médio, conforme revelou o citado teste PISA, a esta última deveria ser feita uma verdadeira revolução, visando aumentar a produtividade do futuro trabalhador brasileiro.

Vê-se como a educação caminha devagar. A Constituição de 1988 previa a implantação da Base Nacional Curricular, que somente ora homologada no final de 2018. As unidades federativas já elaboraram seus currículos para o ensino infantil e ensino fundamental, para serem implantadas em 2020. Já para o ensino médio, somente o Estado de Pernambuco prossegue em sua formatação.

Em resumo, a educação brasileira continua sendo vergonha nacional, conforme sempre declarava o famoso cronista social Ibrahim Sued. Faltam recursos para pagamento de professores e suas qualificações, além de melhores avaliações de desempenho de professores e alunos.

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