22/12/2019 - CORTES NA SELIC ALIVIA DÍVIDA
Ao assumir o atual mandato o governo central recebeu a taxa
básica de juros, a SELIC, em 6,5%, então já a mais baixa da história e fez
reduções, cada uma de 0,5%, deixando-a em 4,5%. Muitas aplicações financeiras
que tinham ganho real, passaram a praticamente não tê-lo, visto que o ganho
nominal, descontado a inflação, passou a ser próximo de zero. Por seu turno, a
Secretaria do Tesouro Nacional anunciou uma economia de R$418 bilhões em juros
da dívida pública, quando são feitos cálculos com a taxa que era no início do
ano e a atual, para os quatro anos de governo. A dívida brasileira vem desde o
Império, quando o País foi forçado a assumir a dívida portuguesa e as guerras
da independência, perante a Inglaterra, para ser reconhecido como país
independente de forma política. Veio a dívida de 1822, mudando de face, ora
cobrindo déficit primário, ora tomando mais dinheiro emprestado para pagar juros
e principal dela, assim como para pagar déficits comerciais do balanço de
pagamentos.
A previsão é de que neste exercício ela alcance R$5,31
trilhões. Ou seja, 73,1% do PIB. Só em 2018 a economia com os juros foi de R$68,9
bilhões. Em 2020 o valor economizado de juros será R$120 bilhões. Em 2021 será de
R$109,4 bilhões. Em 2022, atingirá R$119,3 bilhões.
A dívida pública veio crescendo como percentual do PIB, de
51%, para os atuais 73%, em razão principalmente dos déficits primários
consecutivos, desde 2014. O orçamento para o próximo ano também se refere a um
déficit, aprovado pelo Congresso, de mais de R$120 bilhões. O déficit deste ano
está previsto por volta de R$80 bilhões. Dessa maneira continuará em alta a dívida
pública em relação ao PIB. Tecnicamente, não deveria passar de 60% do PIB. Mas,
o governo só tem essa forma de se financiar. Quando deu calote na sua história
foi considerado irresponsável e sofreu boicote internacional. Nenhum banqueiro
quer emprestar e não receber.
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