04/12/2019 - PIB DO TERCEIRO TRIMESTRE REVERTE PESSIMISMO




A análise da demanda agregada brasileira envolve o estudo do consumo das famílias, dos gastos do governo, dos investimentos e da balança comercial (exportações menos importações), a qual vem tendo resultado positivo nos últimos anos.

Assim, a economia brasileira vinha sendo puxada pelo consumo das famílias e pelos gastos do governo, principalmente nos governos do PT, de 2003 a 2016. Acontece que já havia o País ingressado em recessão, de 2014 a 2016. Após impeachment de Dilma, Michel Temer, que a substituiu somente estancou o processo recessivo (2016-2018).  Neste ano, após os resultados divulgados pelo IBGE, do terceiro trimestre de 2019, o País dependerá cada vez mais das empresas, conforme exame a seguir.

Até agora o melhor resultado conseguido pela atual gestão do País foi um PIB crescendo 0,6% no terceiro trimestre. Houve também a revisão do PIB do segundo trimestre para 0,5%. Por seu turno o PIB do primeiro trimestre fora de menos 0,1%. Como o quarto trimestre tem crescimento positivo esperado, já há economista prevendo que o PIB de 2019 será superior a 1%, enquanto boa parte do ano se falava que seria inferior a 1%. Já os números do quarto trimestre são esperados mais fortes. Pela ótica da demanda agregada, no terceiro trimestre, o desempenho foi puxado pelo consumo das famílias, que cresceu 0,8%. Isto devido principalmente pela liberação de FGTS. Porém, muito mais pelo investimento privado, que cresceu 2% no mesmo período. Sem dúvida, pela redução da taxa básica de juros. O consumo do governo foi de – 0,4%. Devido ao ajuste fiscal, que continua sendo feito, mas o déficit primário vindouro será bem menor do que o aprovado de R$139 bilhões. O governo aposta em chegar a R$80 bilhões de negativo. Do lado da oferta agregada, a agropecuária subiu 1,3%; a indústria, 0,8% e os serviços 0,4%.  O IBGE também revisou o crescimento de 2018 de 1,1% para 1,3%.

O resultado encerrado em setembro deixa o País devendo ainda 3,6% daquele encerrado em março de 2014, data do último trimestre de crescimento continuado, quando atingiu o pico da série, até o Brasil entrar em forte recessão, na qual o PIB recuou mais de 7% no período.

Claro, mediante as dificuldades de crescimento sustentável do País está o quesito educação. Ontem foi divulgado o relatório PISA de 2018, quando fizeram as provas 10.691 alunos de leitura, matemática e ciências, na idade média de 15 anos. Em leitura, o País estagnou desde 2009. Em matemática e ciências piorou. A nota média mundial de leitura pelo teste PISA é de 493 e o Brasil tirou média de 407. A nota média global em matemática é de 490; a nota brasileira média é de 377. A nota média mundial de ciências é de 493, enquanto o Brasil tem 401. Foram analisados 70 países e o País ficou em 60º lugar.

Comentários

  1. Ainda a velocidade da economia brasileira está aquém do que podia ser, mesmo com tantas reformas de redução de gastos. Muito bom seu comentário, professor!

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