27/12/2019 - DESIGUALDADE PIOROU NO NORTE/NORDESTE
O prêmio Nobel de Economia para Gunnar Myrdal se deveu aos
seus estudos sobre o círculo vicioso da pobreza. A tese de Myrdal, desenvolvida
em seu livro Teoria Econômica e Regiões Subdesenvolvidas, dos anos de 1960, é
de que, quando há progresso, os ricos ficam mais ricos, quando há recessão, os
pobres ficam mais pobres.
Estudo de pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas revelou
que as desigualdades aumentaram nos últimos cinco anos, tendo sido consequência
a forte recessão de 2014-2016, que persistiu por mais dois anos de economia
crescendo por volta de 1% ao ano, 2017-2018 e, neste ano, melhorou um pouco,
mas não consegui reduzir as desigualdades regionais, que se agravaram no
Norte/Nordeste.
Assim, a desigualdade de renda do trabalho, medida pelo
coeficiente de Gini, cresceu 5% no Nordeste, chegando a 0,684, bem como no
Norte, atingindo 0,624. Nas demais regiões, a concentração cresceu 3%. O
indicador de Gini mede o grau de concentração de renda em um grupo, revelando a
diferença entre os rendimentos dos mais pobres e os dos mais ricos. O indicador
de Gini varia de zero a 1. Quanto mais se aproxima de 1 maior a desigualdade.
Os pesquisadores destacaram que cinco Estados ficaram mais desiguais nos
últimos cinco anos. Todos são do Nordeste. Os últimos cinco anos foram mais
difíceis na Paraíba, no Maranhão e em Alagoas.
O avanço da desigualdade reflete a ausência de trabalho com
carteira de trabalho assinada. Nos últimos cinco anos, só 2 das unidades
federativas,não se tornaram mais desiguais. Foram Sergipe e Pernambuco.
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