EXAGEROS À PARTE DA DEPRECIAÇÃO DO REAL
08-04-2022
No início de 2020, o preço do dólar comercial estava em torno de R$4,00. Dois anos após, o preço do dólar alcançou R$5,70. Existiu no período uma brutal desvalorização da moeda brasileira, de 42%, no pior desempenho monetário dos países emergentes. Acreditava o Fundo Monetário Internacional (FMI), que a economia brasileira cairia 9% em 2020 e isso assustou o mundo das finanças. No entanto, o País recuou somente 3,9%, na primeira revisão, recentemente, do IBGE, que acreditava que o PIB tinha recuado 4,1%. O mesmo IBGE divulgou as contas públicas de 2021 e revelou que o PIB cresceu 4,6%. Mais do que compensou a recessão de 2020, advinda do forte impacto da pandemia do covid-19. As projeções para 2022 eram de que a economia nacional patinava no final do ano e estava estagnada. Porém, há estimativas de que crescerá um pouco, por volta de 1% neste ano.
Então veio a guerra entre Rússia e Ucrânia, que ultrapassa 6 semanas. Milhões de dólares acorreram ao Brasil, dólares que estavam também indo para aqueles dois referidos países. Ademais, por exemplos, na América Latina, a Argentina está sendo monitorada pelo FMI. O Peru, com oito meses de governo, está no seu quarto gabinete e no terceiro pedido de impeachment. Em conjunto se colocam muitos outros países emergentes que estão em grandes dificuldades para crescer.
O referido conflito trouxe elevações nos preços das commodities, especialmente do petróleo, dos minérios e dos alimentos. Assim, a inflação mundial recrudesceu e o FMI calcula que a economia global recuará cerca de 1% e fechará este ano na casa de 2%.
Em resumo, a queda do real perante o dólar foi exagerada. Ele começou a baixar e já perdeu cerca de 15% do seu valor comercial, já na casa de R$4,70. Poderá recuar ainda mais devido às atrações das ações de commodities e bancos, além da elevadíssima taxa básica de juros, no patamar bem acima de 10% anuais e com tendência de alta. Há aqueles que prevêem que a SELIC feche 2022 em 14% ao ano, na medida em que a inflação continua sua escalada e não deu sinais ainda de que irá recuar, não obstante as doses elevadas de retração econômica da política monetária...
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