CARTÓRIOS DE NOTAS E AUMENTO RECORDE DE DIVÓRCIOS

22-04-2022

Uma herança portuguesa, que atrapalha a solução de problemas, a realização de negócios e a simplificação da vida, é o cartório.  Há vários tipos: o de notas, o de registro de imóveis e os dos juízes em fóruns.

Durante o regime militar, de 1964 a 1984, criou-se o ministério da desburocratização, que, dentre outras coisas, eliminou o reconhecimento de firmas de pessoas físicas e jurídicas. Com a volta do regime democrático, o citado ministério foi extinto. Uma grande contradição entre o regime da democracia e o referido ministério. Porém, pouco a pouco, as negociações e relações pessoais levaram a que se voltasse a exigir o citado reconhecimento. Pior, com maiores dificuldades e mais caro.

A situação dos cartórios ficou bem pior. Centralizou-se em Brasília um Colégio Notorial do Brasil, onde os processos têm que percorrer tal via, mais uma, em insano processo cartorial. Referido colégio representa 8.580 cartórios de notas do País.

Em 2021, por exemplo, bateu-se mais um recorde negativo no Brasil. No ano passado, foram realizados 80.573 divórcios. O maior número desde o início da contagem em 2007. O indicador é 4%  maior do que o verificado em 2020, época em que foram registrados 77.509 desfazimentos de união de casais.

Somente nos quatro primeiros meses de 2022, o Brasil já registrou 17.013 desenlaces matrimoniais.

Há algumas explicações convincentes. A primeira, de que a crise sanitária, iniciada em março de 2020, conforme a pandemia decreta no dia 6 daquele mês, pela OMS, levou de roldão um número grande de pessoas ao isolamento social. A segunda, é também verdade que a alta da inflação e a perda do poder aquisitivo dos cidadãos são aquelas condições que mais têm contribuído com os divórcios em tela.

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