DEFINIDA A TAXA BÁSICA DE JUROS


No dia de ontem choveu opiniões sobre o ciclo de queda da taxa de juros. As pressões partiram mais do governo central, ao ponto do presidente da República dizer que o presidente do Banco Central (BC) não entendia nada de Brasil. Posição rasteira, de quem no passado dava as cartas para o BC fazer o que ele considerava o caminho. Mas, agora nada pode fazer, a não ser bradar declarações ofensivas, porque existe lei federal que confirma a independência do BC. Lula,  antes de assumir a presidência, no seu primeiro mandato, referia-se a que baixaria a SELIC, mas fez o contrário, elevando-a SELIC em 1,5%, de 25% para 26,5%. Agora, mandou o seu Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dizer que a SELIC deveria cair 0,75%, ela que está em 13,75%. Parte das 100 instituições financeiras, consultadas semanalmente pelo Banco Central, desde o ano 2.000, aposta em queda de 0,50%, outra parte delas acredita que haveria queda de 0,25%, indo a 13,25% ou 13,50% ao ano.

No final do dia, o BC divulgou que a SELIC caiu 0,50%, em votação de 5 a 4 diretores, tendo o presidente Roberto Campos votado no campo dos cinco dirigentes.

A razão da celeuma desta semana sobre a taxa básica de juros se deveu ao fato de que a taxa SELIC representa o custo do dinheiro. Ela é um instrumento de política econômica usada ortodoxamente, para combater a taxa inflacionária. Assim, seja na taxa de juros para o crédito, para financiamentos nos bancos, até o preço das mercadorias importadas e do mercado de trabalho. Enfim, a taxa SELIC exerce forte influência sobre uma série de variáveis no cotidiano.

Uma taxa SELIC alta implica em maior custo de financiamento de projetos de investimentos, reduzindo a expansão dos negócios. Para os consumidores, uma SELIC alta implica em maior custo do crédito pessoal, levando em consequência ao encarecimento dos produtos. 

A bolsa de valores fechou em baixa, porque já tinha precificado a SELIC, muito mais por notícias de piora do cenário externo, embora ainda considerem elevada a taxa SELIC.

No comunicado ao público, o BC sinalizou seguir com cortes de mesma magnitude do atual. Isto é, de 0,50% nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária.

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