NOTA DE RISCO DA FITCH

 

No mundo existem três grandes agências de risco: a Fitch, a Moody’s e a Standard & Poor’s, baseadas na capital financeira do globo, Nova York, mas com filiais nas economias mais fortes, inclusive no Brasil, e que servem como termômetros para medir o grau de confiança das empresas, instituições e governos, na tomada de crédito e no seu grau de investimento.

A Fitch reafirmou anteontem o rating brasileiro como BB-, sendo a nota de risco com perspectiva de estabilidade. Segundo ela, o Brasil é uma grande e diversificada economia, com alta renda per capita, mercados domésticos estabilizados, com capacidade de financiamento próprio de grande parte da sua dívida pública, visto que a dívida externa é menor do que 10% das suas finanças públicas totais. Ademais, possui também capacidade de absorver choques externos, diante do câmbio flexível, mediante pequenos desequilíbrios externos, além de grandes reservas internacionais em moeda estrangeira, principalmente dólar, ouro e outros ativos de elevada liquidez.

Ademais, segundo ela, o governo federal tem elevado endividamento, uma rígida estrutura fiscal, fraco potencial econômico e um histórico de desafios de gestão, que dificultam os esforços para enfrentar políticas econômicas clássicas (monetária, cambial e fiscal). Por isso mesmo tem dificuldades de fazer previsões de longo prazo.

De uma forma em geral, a avaliação da Fitch é a de que neste ano este País terá superávit fiscal, após oito anos de déficit primário. Porém, devido ao novo governo querer romper, mediante mudança constitucional, através de Proposta de emenda à Constituição, a lei do teto de gastos, provavelmente, voltará a ter déficit primário de 1,0% em 2023, devido às pretensões do novo governo de ampliar os gastos sociais e novos investimentos.

Não emitiu julgamentos sobre alta taxa inflacionária, tampouco sobre Banco Central independente, que possui determinado controle sobre a inflação. A propósito, pela primeira vez, em muitas décadas, o Brasil tem uma taxa inflacionária menor do que a taxa de inflação dos Estados Unidos e parece também, que, em muitas décadas, a taxa de crescimento do PIB brasileiro poderá ser, em 2022, maior do que a do PIB chinês.

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