SELIC DE VOLTA AOS DOIS DÍGITOS

03-02-2022

Na primeira reunião do ano do Comitê de Política Econômica do Banco Central (BC), como já era esperado, e o mercado financeiro assim sinalizava, mais uma elevação cavalar de 1,5% na taxa básica de juros, na SELIC, que passou a ser de 10,75% anuais. O maior patamar desde maio de 2017. A SELIC também retorna a ser maior do que a inflação anual, para tentar controlá-la. Como sempre tem feito, o BC, em nota sobre a reunião, afirmou que irá continuar elevando a taxa SELIC, mas em doses menores, até que a inflação faça a sua inflexão. 

Após chegar até março de 2021, à menor taxa básica de juros, de 2% ao ano, a menor da história, por conta do combate à pandemia do covid-19, o BC fez oito elevações consecutivas da SELIC, agora em 10,75% anuais.

Trata-se de aumento acumulado de 8,75%, a maior elevação desde o combate à crise cambial de 1999, quando o BC elevou a taxa SELIC, de uma só vez, em 20%, para evitar a saída de quase todas as reservas externas principalmente em dólares, conforme a previsão da época, se não fizesse isso.

A elevação dos juros básicos da economia tem reflexo entre seis a nove meses, encarecendo o crédito, inibindo os investimentos e o consumo agregado.

As cem instituições financeiras, consultadas semanalmente pelo BC, prevêem que o pico da SELIC se daria no final do ano, em 11,75% anuais. Para o ano que vem elas esperam que a SELIC retorne a 8% ao ano.

A principal conclusão dos dados expostos é de que o crescimento deste ano será mínimo, principalmente devido à alta SELIC, que encarece os custos financeiros das empresas e inibem novas inversões. Mas, com a SELIC caindo, acredita-se que a economia voltará a crescer, embora em base modestas, visto que a previsão é de que a SELIC retorne aos referidos 8%.

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