REFLEXÃO SOBRE O DÓLAR EM DOIS ANOS


Uma reflexão sobre o preço do dólar em pouco mais de dois anos, de janeiro de 2020 a ontem, 15 de fevereiro, mostra que, em 2 de janeiro de 2020 estava em R$4,02, atingindo um pico ocasional de R$5,80, valorização de 44%, mas neste ano recuou para R$5,18, ontem, valorização de 29%. O que houve neste corte temporal? O primeiro movimento foi a redução da taxa básica de juros, que chegou ao seu mínimo de 2% ao ano, em março de 2021. Logo, houve uma saída muito grande da moeda estrangeira. Ademais, a equipe econômica não conseguia viabilizar as reformas econômicas principais, que o governo tinha prometido em campanha política de 2019, pelo motivo de encontrar consenso no Congresso Nacional. Em 2019, o crescimento econômico foi pífio, por volta de 1% anual. Em 2020, o governo federal teve que enfrentar a primeira onda da epidemia do covid-19 e a economia brasileira caiu 4,1%. Em 2021, mesmo enfrentando a segunda onda da citada epidemia, a prévia do PIB, feita pelo Banco Central, aponta para um crescimento de 4,5% do PIB. Porém, no segundo semestre de 2021, a economia nacional começou a recuar em sua recuperação e terminou o ano com sua economia estagnada.

Em princípio, pensava-se que o estrago dos fenômenos apontados fossem grandes. Porém, os setores produtivos mostraram que, provavelmente, não ingressarão em recessão, não obstante a grande elevação da taxa básica de juros, em oito altas consecutivas, de 2% para 10,75% anuais. Esta elevada taxa tem atraído neste início do ano o ingresso de capitais estrangeiros. Além do mais, a polarização política entre Jair Bolsonaro e Lula mostra dois presidentes conhecidos pelos mercados produtivos e que ainda não colocaram suas propostas para conhecimento público.

Entretanto, o dólar continuará com grande volatilidade, devido à grande inflação brasileira e a mundial. Os efeitos são de retração da taxa de crescimento econômico ao nível mundial. Aqui, em grau maior, devido à instabilidade que se traz um ano eleitoral, conforme consenso do mercado financeiro.

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