EQUILÍBRIO FISCAL DESACREDITADO
Mesmo depois de aprovada a reforma tributária pelo Senado, que deverá retornar à Câmara de Deputados, para aprovar ou não as mudanças do Senado, tendo a equipe econômica acreditado que será aprovada ainda neste ano, o equilíbrio fiscal continua desacreditado. Existe ainda o descrédito de ser aprovada a referida reforma neste ano.
No final do ano passado, o Congresso Nacional aprovou a
Proposta de Emenda Constitucional de Emergência, autorizando o novo governo
federal a gastar mais de R$160 bilhões. Poucos meses depois o Congresso aprovou
a lei do arcabouço fiscal, que invalidou a lei do teto de gastos. De superávit primário do ano de 2022, passou a
equipe econômica a realizar o déficit primário.
O superávit primário é necessário para pagar pelo menos os
juros da dívida pública. Havendo déficit primário, o governo federal tem que
tomar emprestado no mercado financeiro, via crescimento da dívida pública. Isto
impede que o governo federal tenha o grau de investimento, que é a capacidade
de ter crédito externo, a juros mais baixos.
Ademais, o déficit primário é também inflacionário, visto que
os gastos públicos elevam a demanda agregada.
A equipe econômica declarou neste exercício, por diversas
vezes, inclusive ao encaminhar o orçamento público para os próximos exercícios,
em 3 de agosto passado, de que teria déficit neste ano, mas que no próximo
seria zero. Entretanto, o próprio presidente da República admitiu que poderia
continuar o déficit primário. Na verdade, ideologicamente, o referido
mandatário é a favor e exerce a gastança federal.
Por tudo isto, o mercado financeiro não crê que o governo
federal poderá ter superávit primário, nem no último ano do governo de Lula.
Dessa forma, agora é esperado que a reforma tributária ampliará
as fontes de receitas públicas, visto as exigências dos gastos públicos. O
arrocho continuará.
Comentários
Postar um comentário