DUMPING

 

O termo dumping deixou inúmeros estudantes adolescentes atordoados, ao constar de questão na prova do Exame do Ensino Médio (ENEM) da semana passada, que hoje conclui os testes finais com as ciências exatas. O termo dumping é de uso corrente no estudo da Economia Internacional. Significa a prática predatória de vender mercadorias abaixo do seu preço de custo, deslocando concorrentes.

As empresas, estimuladas por seus governos, mediante redução de impostos, dando subsídios ou prêmios para exportação, visam ganhar mercados e destruir empresas domésticas. Muito difícil dizer que país não fez isto.

O exemplo mais clássico é o da China. País que estava, no segundo quartel do século XX entre os de menores economias do mundo e hoje é o segundo maior país global, ameaçando a hegemonia dos Estados Unidos. A Índia segue semelhante caminho. Há muitos anos, quando se queria referir a um muito bom negócio se dizia “negócio da China”. Aquele país tem um regime autoritário há muitas décadas. Durante o século XX teve a maior população do globo terrestre. Somente agora, no ano passado, foi o número de seus habitantes ultrapassado pelo da Índia. Referidos países se utilizavam de uma mão de obra barata, para também vender produtos baratos no mercado internacional. Isso não acabou, de certa maneira. Depois de conquistarem certos mercados, hoje, citados países, vendem produtos ao exterior com grandes valores agregados.

Notícias internacionais dão conta de que a China reduziu os preços dos carros elétricos e de placas e utensílios solares, produtos de alta tecnologia e de bastante demanda internacional.

Os países desenvolvidos tem órgãos que analisam países que exportam com dumping. No caso acima especificado, por exemplo, a União Europeia abriu sindicância para analisar se a China está subsidiando a venda de carros elétricos. Nos Estados Unidos os produtos siderúrgicos vindos da China são objeto de investigação. Como é sabido, a China importa do Brasil o ferro bruto e o transforma em aço, para ser vendido pelo mundo, inclusive, para o Brasil. A Índia também examina como a China está vendendo a baixo custo produtos químicos e da construção civil.

A guerra comercial é antiga, destorcendo a teoria do comercio internacional de vantagens relativas, expostas por David Ricardo, além daquela teoria de vantagens absolutas, idealizada por Adam Smith.

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